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Camaquã/RS, 24 de Novembro de 2024 |
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NOTÍCIAS
LITERATURA
Porto Alegre dá a letra
Leituras, saraus, palestras e uma maratona literária marcam esta semana a comemoração do Dia Internacional do Livro
Os amantes da literatura vão ter mais motivos para se sentir em casa em Porto Alegre nesta semana. Duas dezenas de motivos, para ser mais específico, distribuídos em eventos espalhados por uma dezena de locais na Capital. Na semana em que se comemora o Dia Internacional do Livro, a FestiPoa Literária, festival de literatura e artes que começa amanhã, pretende trazer o livro e as livrarias para o centro da vida cultural de Porto Alegre.
A FestiPoa Literária é organizada pelo jornal Vaia, publicação de arte e literatura da Capital. No cardápio, um cruzamento de literatura e poesia com outras artes, alternando debates e mesas-redondas com espetáculos musicais, saraus, intervenções teatrais, mostras de artes plásticas e sessões de autógrafos. O que a FestiPoa tem de diferente de outros eventos do gênero é que a maioria de suas atividades é realizada em pequenas livrarias da cidade, aproximando o público não só dos escritores, mas dos estabelecimentos.
Na primeira edição, realizada no ano passado, o foco do evento era a discussão de abertura de novos espaços para a literatura, o que se refletiu no elenco de convidados, encabeçado por uma tríade de autores contemporâneos que são também agitadores culturais: Marcelino Freire, Paulo Scott e Fabrício Carpinejar. Neste ano, o eixo temático é o debate entre as diferentes gerações de artistas do Estado – algo já sinalizado na escolha do homenageado, Luis Fernando Verissimo, que vai dividir a mesa de abertura com três jovens autores da geração que começou a publicar neste início de século 21.
– Já são no mínimo duas gerações que acompanham, continuam lendo o Verissimo – diz Fernando Ramos, um dos editores do Jornal Vaia. – A gente quer discutir justamente essa mistura entre duas pontas da produção literária, juntando o Verissimo, um nome acima de qualquer suspeita, com três guris que publicaram faz pouco seus primeiros livros. A gente quer consolidar o festival, também, garantindo a presença de nomes bacanas.
A FestiPoa já mostrou ter a capacidade de agregar sob seu selo iniciativas e projetos outros surgidos espontaneamente. É o caso da 1ª Maratona Literária da cidade, inicialmente um projeto da Coordenação do Livro e Literatura da Secretaria Municipal de Cultura de Porto Alegre (SMC) que acabou incorporada ao rol de atividades da FestiPoa (confira a programação completa na página 3). Inspirada em eventos semelhantes já tradicionais na Europa, a maratona pretende reunir apaixonados pela literatura para ler, em conjunto e de uma única vez, o clássico de Gabriel García Márquez Cem Anos de Solidão. Com início marcado para 19h, a maratona se estenderá madrugada adentro até o livro terminar – o Centro Municipal de Cultura (Erico Verissimo, 307) ficará aberto ao longo de toda a atividade, que vai alternar leituras em voz alta com intervenções artísticas.
– A ideia é transformar este evento em mensal, na última sexta-feira de cada mês – informa o coordenador do Livro e Literatura da SMC, Daniel Weller. – Em Porto Alegre, a Feira do Livro é sempre um sucesso, mas onde anda aquele público no resto do ano? Acho que há uma demanda por esse tipo de atividade, falta é começar.
A FestiPoa também ganhou o apoio da Câmara Rio-Grandense do Livro, que há anos realiza iniciativas voltadas para a literatura na semana do dia 23 abril, Dia Internacional do Livro. A Câmara tenta emplacar uma data para fazer barulho no primeiro semestre, algo que seja tão forte para o calendário da cidade na primeira metade do ano quanto a Feira do Livro é para a segunda.
– Passado o período de volta às aulas, o cenário fica um pouco amortecido. A FestiPoa fortaleceu o calendário nesse sentido, até porque se vincula a livrarias e promove atividades muitas vezes esquecidas pelo mercado editorial. É uma chance de produzir um encontro do leitor com os seus escritores e fomentar a leitura com reflexão e fruição – elogia o presidente da Câmara Rio-Grandense do Livro, João Carneiro.
(fonte: jornal Zero Hora)
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