Apesar da carência por professores de 5ª a 8ª série do Ensino Fundamental e de Ensino Médio, o país sofreu pelo segundo ano consecutivo uma queda no número de universitários formados em cursos voltados a disciplinas específicas do magistério.
Em 2007, 70.507 pessoas formaram-se nessa área, 4,5% a menos que em 2006 e 9,3% a menos que em 2005, de acordo com o Censo do Ensino Superior, divulgado nesta semana pelo Ministério da Educação.
As maiores quedas de 2006 para 2007, entre as disciplinas obrigatórias, ocorreram em Letras (-10%), Geografia (-9%), Química (-7%) e Filosofia (-5%). O dado apenas faz agravar uma situação que já era preocupante. Um estudo do próprio MEC aponta que há 300 mil pessoas dando aulas no país em áreas diferentes das quais se formaram. Exemplo: matemático que trabalha como professor de física ou historiador que dá aula de geografia.
Pesquisadores da área de educação afirmam que a falta de interesse em ser professor ocorre principalmente em razão dos baixos salários pagos no magistério e à pouca valorização social da carreira. O próprio ministro da Educação, Fernando Haddad, reconhece o problema. Segundo ele, por conta disso, o governo federal tomou medidas como a expansão das universidades federais e a oferta de bolsa de iniciação à docência (para alunos de graduação).
– Até então, a bolsa de iniciação científica induzia o estudante a optar por bacharelado em vez da licenciatura – afirma o ministro.
O ministro afirma ainda que o governo fez acordos com 19 Estados para o treinamento de 360 mil professores em instituições públicas.
(fonte: Zero Hora)