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31 MIL GAÚCHOS FORA DA ESCOLA
Relatório do Unicef mostra situação da infância e adolescência no Estado
Trinta e um mil gaúchos entre sete e 14 anos estão fora da escola. No Brasil, o número chega a 686 mil.
Os dados alarmantes integram o relatório Situação da Infância e da Adolescência Brasileira, recém-divulgado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
Vigésimo na lista dos Estados com maior percentual de sem-escola, o Rio Grande do Sul aparece mal em termos absolutos: é o décimo com mais crianças fora do sistema educacional. Baseado em números da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad 2007), o levantamento aponta que não estão frequentando as aulas 2,1% das crianças dessa faixa etária no Rio Grande do Sul e 2,4% no Brasil.
_ O percentual de crianças fora da escola é baixo. Mas os percentuais escondem muita coisa. Quando se olha em termos absolutos, o número assusta _ observa Maria de Salete Silva, coordenadora do programa de Educação do Unicef no Brasil.
Conforme o Unicef, algumas causas para o afastamento das crianças já foram detectadas. A principal delas seriam as deficiências físicas e mentais. Dos 686 mil alunos fora da escolas, 147 mil recebem ajuda financeira do governo por conta das deficiências. São crianças que não estão matriculadas porque falta uma cadeira de rodas, porque a escola não tem acesso facilitado ou porque o sistema de ensino não está preparado para atendê-los.
O outro fator apontado pelo Unicef é o acesso. No sul do Brasil, diz Maria de Salete, a cultura do meio rural de trabalho infantil na lavoura é um fator importante de abandono da escola.
Para a Secretaria Estadual da Educação, a origem do problema está nas classes de alfabetização. Conforme Sonia Balzano, diretora do departamento pedagógico, o fracasso da escola em alfabetizar no início do Ensino Fundamental costuma afastar o aluno. Como resposta, a secretaria implantou na 1ª série, neste ano, programas inovadores. São formas alternativas de alfabetizar elaboradas por diferentes entidades.
– O nosso principal desafio é a alfabetização. A criança alfabetizada tende a continuar – diz Sonia.
O objetivo do Unicef com a campanha é lançar um alerta e mobilizar a sociedade para localizar as crianças que não estão estudando e descobrir por que elas não vão às aulas.
– Nesse índice de 2%, ficam as situações muito particulares. Temos de resolver os casos um por um. É possível fazer isso – diz Maria de Salete.
Fonte: Zero Hora online