NOTÍCIAS
A praça é do guri daltônico
Carlos Urbim foi eleito o patrono da 55ª edição da Feira do Livro de P. Alegre
O novo patrono da Feira do Livro de Porto Alegre é um guri de 61 anos. Jornalista de formação e um dos mais respeitados autores para crianças do Estado, Carlos Urbim, autor de clássicos para a petizada, como Um Guri Daltônico e Uma Graça de Traça, é o homenageado da Feira do Livro de Porto Alegre, que vai de 30 de outubro a 15 de novembro.
Discípulo assumido de Mario Quintana, o novo patrono é conhecido tanto por seu temperamento afável e generoso quanto por suas obras marcadas por um olhar infantil de inocência mesclada com poesia.
– Esse olhar dos meus livros ainda é o olhar do guri que eu fui lá em Livramento – definiu o patrono, que se mudou para Porto Alegre aos 18 anos, para cursar jornalismo.
Os dois últimos patronos, Charles Kiefer e Antônio Hohlfeldt, também têm obras voltadas para crianças e jovens. A diferença é que Urbim é um escritor conhecido e reconhecido principalmente por sua obra infantil e juvenil – algo que não ocorria desde a escolha de Maria Dinorah, em 1989.
Urbim foi eleito dentre cinco indicados, que incluíam ainda Airton Ortiz, Luís Augusto Fischer, Juremir Machado da Silva e Regina Zilberman. A escolha vem em um ano que ele próprio considera significativo: o dos 25 anos de sua estreia na literatura, com Um Guri Daltônico, lançado na Feira do Livro de Porto Alegre em 1984. Até hoje, é uma de suas obras mais conhecidas, e vai ganhar nova edição na Feira deste ano, com ilustrações em mosaico da artista plástica Cláudia Sperb.
– Eu me tornei escritor depois que virei pai de dois guris, chegava em casa da redação e ficava contando histórias – lembrou ontem, durante a solenidade oficial, na qual recebeu o troféu das mãos do patrono 2008, Charles Kiefer.
Como jornalista, Urbim passou pelas redações da Folha da Manhã, Istoé, Diário do Sul e Zero Hora. Também é roteirista de televisão e coordenou a pesquisa e a redação de especiais da RBS TV, como Rio Grande do Sul: Um Século de História e Os Farrapos, trabalhos mais tarde reunidos em livro.
CARLOS ANDRÉ MOREIRA para ZERO HORA