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Reforma revela origens da Biblioteca Pública
A obra vai recuperar totalmente o prédio de 87 anos e dará sobrevida ao monumento tombado
Por baixo das camadas de 87 anos do atual prédio da Biblioteca Pública do Estado, na Rua Riachuelo, sua restauração começa a assumir tons de arqueologia e revelar tesouros.
Descobriu-se que o prédio tinha adornos com estrutura interna metálica (em deterioração), vidros raros nas janelas – que necessitam quase uma gincana para recuperá-los – e a cor original ocre, uma variação do marrom.
A Biblioteca Pública do Estado completou 138 anos de existência, e a previsão é de que seja devolvida à população em dois anos. O Salão Egípcio, uma das mais belas áreas do prédio, entrará em fase de restauro das pinturas-murais sob a responabilidade da restauradora Suzana Cardoso. Os móveis originais, alguns atualmente decorando o Palácio Piratini, também serão restaurados.
A restauração, financiada por convênio de R$ 2,6 milhões com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), entrou na segunda etapa. O trabalho é conjunto entre o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (IPHAE) e Secretaria da Cultura.
O objetivo é reparar a infraestrutura do prédio, fachada, aberturas (vitrais e telhado), assim como todos os pisos de madeira, restauro de pinturas-murais do Salão Mourisco, Egípcio e hall do elevador. Já foram substituídos os entrepisos de madeira do primeiro pavimento e isoladas as áreas de umidade e infiltrações. A diretora da Biblioteca Pública, bibliotecária Morgana Marcon, ressalta que em nenhuma das reformas anteriores todos os itens foram atacados como agora, o que dará uma sobrevida total ao monumento tombado.
– O prédio da Biblioteca Pública nos remete a um período histórico e político, sendo, por si mesmo, um documento público e prova de uma concepção de cultura. Preservá-lo é repassar a outras gerações o que recebemos – diz.
Devido às obras, 40 mil livros foram levados para a Casa de Cultura Mario Quintana, na Rua dos Andradas.
Fonte:
leo.gerchmann@zerohora.com.br