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O acampamento dos livros
Das 10 obras apontadas como essenciais para se conhecer a
cultura gaúcha, oito delas são oferecidas na feira
A literatura tradicionalista está bem representada no Acampamento Farroupilha. Das 10 obras consideradas imprescindíveis para entender a história e as tradições gaúchas, segundo uma especialista ligada à Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), oito podem ser encontradas na Feira do Livro, que estréia neste ano no evento.
O espaço destinado à leitura, em frente ao Centro de Eventos do Parque Maurício Sirotsky Sobrinho, é dividido por quatro editoras, a Cassol Livraria, a Martins Livreiro, a Calle Corrientes e a Edipucrs. Da relação elaborada por Léa Masina, professora associada do Instituto de Letras da UFRGS, apenas dois não foram encontrados: Os Farrapos, de Oliveira Bello; e Vocabulário Sul-rio-grandense, de Romanguera Corrêa.
– O critério da relação é a preocupação com o tema gauchesco, independentemente de os autores assumirem atitudes favoráveis ou contrárias à ideologia – explica Léa.
O maior acervo na Feira do Livro – promovida pela Câmara Rio-Grandense do Livro (CRL), Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore (IGTF) e Movimento Tradicionalista Gaúcho – é o da Calle Corrientes, com cerca de mil títulos, inclusive com temática gauchesca em espanhol. Dos 10 sugeridos, sete estão disponíveis no estande da Calle Corrientes. A Edipucrs, por vender apenas livros de editoras universitárias, tinha apenas Contos Gauchescos, de Simões Lopes Neto.
Para Marcia Martins, diretora da Martins Livreiro Editora, que edita exclusivamente obras com temática gauchesca, os estandes apresentam livros variados para ter uma oferta maior de obras.
– Não adianta todos trazerem os mesmos títulos – avalia Marcia.
Até o ano passado, a Martins Livreiro tinha um estande na Feira de Artesanato do acampamento. Neste ano, o presidente do IGTF, Manoelito Savaris, ofereceu à CRL um espaço em troca de lugar na Feira do Livro de Porto Alegre, na Praça da Alfândega.
– Nossa expectativa é receber entre 15 mil e 20 mil pessoas até o fim da Semana Farroupilha – avalia Savaris.
Aberta das 10h às 22h, a Feira do Livro tem espaço para apresentações culturais, que atraem o público para a leitura tradicionalista.
As obras |
A pedido de Zero Hora, a professora de Letras, Léa Masina, ligada à Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), enumerou quatro obras da literatura rio-grandense que seriam imprescindíveis e estão disponíveis na Feira do Livro do Acampamento Farroupilha: |
Contos Gauchescos, de Simões Lopes Neto |
Publicada em 1912, a obra é composta por 19 contos. O livro reúne diferentes contos do escritor, no qual são narrados episódios peculiares à cultura gaúcha, os usos e costumes locais, o anedotário regional. |
Ruínas Vivas, de Alcides Maya |
No romance escrito em 1910, o autor descreve a vida no pampa por meio de peões, tropeiros, prostitutas, vendeiros e soldados. Quatro anos depois de lançar o livro, tornou-se o primeiro gaúcho a tomar posse na Academia Brasileira de Letras (ABL). |
Antônio Chimango e Outros Textos, de Amaro Juvenal |
Poema sarcástico dedicado a Borges de Medeiros com o qual Amaro Juvenal (Ramiro Barcelos) compôs uma caricatura da vida política do Rio Grande do Sul no início do século 20. |
Trilogia O Tempo e o Vento, de Erico Verissimo |
Em três volumes, o escritor narra a trajetória do clã Terra-Cambará, desde o início da formação do Rio Grande do Sul, com a criação das primeiras estâncias, até 1930. |
A professora listou outros seis livros que também são essenciais para quem quer conhecer a cultura do Rio Grande do Sul |
1 – Os Farrapos, de Oliveira Bello |
2 – Trilogia do Gaúcho a Pé (Sem Rumo, Porteira Fechada e Estrada Nova), de Cyro Martins |
3 – Poemas de Jayme Caetano Braun |
4 – Contos e Poemas de Aparício Silva Rillo |
5 – Vocabulário Sul-riograndense, de Romanguera Corrêa |
6 – Prosa dos Pagos, de Augusto Meyer |
Fonte: Zero Hora