CRÔNICA
COMO LIDAR COM O DIFERENTE
por Elaine Lauck - prof. e especialista em Literatura
De acordo com artigo 58 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) no 9.394/96, entende-se por educação especial a modalidade de educação escolar oferecida na rede regular de ensino para educandos portadores de necessidades especiais (PNEE). No processo de desenvolvimento tecnológico e científico que avança o século 21, observamos que as metas, traçadas em lei, estão longe de ser atingidas. Afinal, a sociedade em que vivemos só aceita os iguais, não o diferente.
Hoje, lidar com o “deficiente” tem como paradigma a idéia de pessoa portadora de necessidade especial. Já não cabe pensar deficiente como segmento à margem da sociedade, mas como pessoa que tem suas limitações e potencialidades. Nesse sentido, é importante enfatizar a conquista do espaço e garantir esse progresso.
Para que a inclusão tenha significados positivos, é necessário que os estabelecimentos de ensino eliminem barreiras arquitetônicas e adotem práticas adequadas às diferenças. É preciso inovar, que não tem necessariamente o sentido do inusitado. As grandes inovações são, muitas vezes, a concretização do óbvio, do simples, do que é possível fazer.
As estimativas apontam que existem no Brasil, atualmente, cerca de 16 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência. Desses, 30% têm deficiência moderada ou severa, e 70%, um tipo de deficiência leve. Portanto existe muita gente ainda que pode desenvolver algum tipo de trabalho, mas ainda está isolado do convívio profissional. Disponibilizar trabalho para essas pessoas não é caridade, mas, sim, respeitar o princípio básico da igualdade perante a sociedade.
A inserção das pessoas portadoras de necessidades especiais no mercado profissional representa grande conquista e avanço, primeiro porque cria a possibilidade de que seja incorporada uma parcela significativa da população que, na grande maioria, ainda se encontra à margem do processo produtivo; e, segundo, porque resgata a sua cidadania e dignidade.
Enfim, todos nós precisamos direcionar nosso olhar para a inclusão tanto no âmbito escolar quanto no profissional. Assim, estaremos lutando por causa justa, erguendo bandeira estampada de amor e solidariedade e, principalmente, contribuindo para uma nação mais igualitária e democrática.
(fonte: Zero Hora online)
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