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CRÔNICA

 

As três irmãs

por Jorge Luiz Siebel, médico

 

A campanha eleitoral está nas ruas. Bandeiras, carros, panfletos, cabos eleitorais, comícios. E, nos comícios, promessas. Ah, lá vem elas novamente... promessas para o antigo e surrado trinômio saúde-educação-segurança, com algum recheio de outras mazelas menos famosas... desemprego, ética (ou falta de), corrupção.

A Saúde, para chegar ao nível que está, precisou de muitos anos, vários presidentes e diversos partidos. O casamento saúde e política nunca deu certo e jamais vai dar, por quê? Porque a saúde tem um apetite voraz, se desenvolve cada vez mais, consome muito dinheiro e o resultado não se vê. Você despeja zilhões de reais e no final o que resulta? Queda da mortalidade infantil e melhora da saúde geral da população. Mas para que serve um povo sadio? Com esse dinheiro, daria para inaugurar algumas obras (superfaturadas, é claro), recapear alguns quilômetros de estradas (uma camada fina para render mais) ou, quem sabe, alguma obra-fantasma, aprovada no papel e nunca mais fiscalizada. Como seria uma campanha eleitoral sem poder falar mal da saúde?

A sua irmã mais velha é a Educação. Quando o sistema público de saúde ainda funcionava, lá pelos anos 70 (era o INPS), a Educação já padecia. Escolas sucateadas, professores mal pagos e subempregados, material escolar raro. Hoje, para recuperarmos o sistema educacional público, vão-se outros zilhões de reais, para quê? Para ter um povo educado, que pensa, raciocina e age conforme seu conceito. Mas quem quer um povo inteligente? Como seria trabalhosa uma campanha eleitoral para convencer um povo inteligente...

       E por último, a irmã mais nova, a Segurança. Vão-se anos de cortes de verba para as polícias, as viaturas já não suportam mais reformas, as balas do revólver são velhas. E os policiais, então, recebendo um salário de fome, morando próximo dos delinqüentes, indo para o trabalho com a farda escondida numa sacola para não morrer. Mas, com tudo isso, eles ainda funcionam e prendem quem afronta a lei... aí foi necessário mexer nas leis, ou melhor, não mexer nas leis. Códigos penais de 50, 60 anos atrás, com diversos subterfúgios e salvaguardas.... nunca se falou tanto no tal “habeas corpus”. Com o Direito deitando e rolando e o Judiciário amarrado numa legislação bolorenta, o desonesto perdeu o temor à lei: posso fazer qualquer coisa, pois se a polícia me pegar, tenta me prender, mas meu advogado acha uma brecha na lei e exige do juiz a minha soltura. Corrigir isto? Novamente vários zilhões de reais em construção de presídios, delegacias, equipar e treinar a polícia (pagar bem o policial, é claro), uma nova Assembléia Constituinte, anos de discussão pública para modernizar a legislação... e para quê? Para ter um povo seguro, ordeiro, que cumpre e exige o cumprimento das leis... mas para que serve um povo que cobra a execução das leis? A campanha eleitoral seria difícil, pois teríamos normas e regras para seguir, sem exceções nem liminares...

Então, fiquemos assim mesmo. Do modo como está, é mais fácil. A campanha eleitoral batendo forte nas três irmãs, falando para um povo magro, com fome, doente e seqüelado, que desenha seu nome e por isso tem título eleitoral, que não lembra mais o que é segurança, e que espera... pois ele sabe que neste período seu voto tem valor (dinheiro, comida ou alguma bolsa-qualquer coisa).

Fonte: Zero Hora

 

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