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O eu invisível

por Eneida Marques - Terapeuta familiar

   Na comédia romântica A Mulher Invisível, com a direção de Claudio Torres, a atriz Luana Piovani vive o papel de Amanda, a mulher que Pedro (Selton Mello) idealizou na tentativa de solucionar uma devastadora dor de cotovelo, após o término de seu casamento.

   O que diferencia a obra de Torres é a sutileza bem-humorada com que expõe uma das grandes questões a respeito do amor: a paixão.

   O Dia dos Namorados estimula algumas reflexões dirigidas aos apaixonados e aos que sofrem a dor de uma paixão mal correspondida.

   Pedro, no fundo do poço, onde foi parar após ser abandonado pela esposa, projetou em Amanda – a vizinha – qualidades, encantos e virtudes que só ele percebia. Amanda, na sua fantasia, habitava seu pensamento, como se fosse real.

   A comédia parodia uma realidade entre nós. É comum nos apaixonarmos e projetarmos em nosso escolhido aquilo que queremos ver, o que desejamos que ele/ela seja.

   No mais das vezes, esquecemos que nosso amado é um ser humano com qualidades, encantos, virtudes e fragilidades. A paixão nos faz olhar para aquilo que queremos ver nele, ampliando nossa sensação de bem-estar, euforia e excitação.

   O ser apaixonado, na visão da psicanálise, vive a situação através de um mecanismo inato, chamado projeção. Na paixão, projetamos algo de nós – nossos desejos mais inconscientes. Nos apaixonamos, assim, por uma imagem, uma idealização, por algo inerente a nós, mas que atribuímos ao outro.

   A mulher/homem invisível é, primordialmente, o nosso “eu invisível”. Algo em nós que não percebemos ou não valorizamos devidamente e que projetamos. Como se, apenas, o outro fosse um ser tão especial.

   Ao entendermos as “divinas e fascinantes” qualidades que concedemos ao amado, passamos a compreender o que, verdadeiramente, buscamos nele. E, também, passamos a reconhecer as qualidades e circunstâncias que integram a nossa própria personalidade.

   Desta forma, a relação amorosa é vivida entre dois sujeitos, seres completos e não divididos. Ao invés de sermos uma metade em eterna busca de algo, passamos a ser inteiros. Sem jogarmos a responsabilidade de nossa felicidade e completude na mão do outro. Assim, estamos prontos para amar.

   O psicanalista Contardo Calligaris faz referência a um interessante impasse na dinâmica dos apaixonados: para manter a paixão, devo continuar idealizando o parceiro. Mas, para idealizá-lo, preciso manter certa distância. Se o mantenho à distância, renuncio aos prazeres do amor, companheirismo, cumplicidade e convivência. Apaixonar-se – na rica inspiração do autor – é idealizar o outro; durar no amor é lidar com a realidade do amado ou da amada.

   Feliz Dia dos Namorados!

 

Fonte: Zero Hora online

 

 

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