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CRÔNICA

 

Neocaipiras

por Luis Ferando Verissimo

– Ué, cumpadre. Você por aqui?

– Pois é, cumpadre.

– Você não ia viajar neste verão?

– Ia, cumpadre. Aliás, já fui.

– E já voltou? Pensei que você fosse dar a volta ao mundo.

– E dei.

– Mas assim, tão rápido?

– Sabe como é, cumpadre. O tal de dólar subiu e... Tive que mudar meus planos.

– Não foi ao Peru?

– Fui à galinha. O Peru ficou muito caro.

– Não conheceu Lima?

– Só um gomo. A Lima estava muito cara.

– E o tour pelas Bermudas?

– Muito caro. Fizemos um giro pelo Calção.

– Não foi a Pago-Pago?

– Estava muito caro-caro. Fiquei em Cobro-Cobro.

– Cobro-Cobro, cumpadre?

– Fica perto de Devo-Devo.

– Chegou a ir a Honolulu?

– Só a Hono.

– O lulu...

– Ficou de fora.

– Cê ficou com o lulu de fora, cumpadre?

– Pra você vê, cumpadre.

– Foi a Cingapura?

– Só a Cingamisturada. A pura era mais cara.

– E a China?

– A China eu fui. Parece São Paulo, né?

– Por que, cumpadre?

– Assim de japonês.

– E viram a Grande Muralha?

– Só a Pequena Cerca. A Grande Muralha era mais cara.

– Cantão?

– Cantinho. Depois fomos a Aquarela.

– Aquarela, cumpadre?

– Podia escolher entre Nanquim e Aquarela...

– E Nanquim era mais caro, sei. Continua.

– Paquistinho...

– Em vez de Paquistão, certo.

– Afeganistinho.

– Em vez de Afeganistão, claro. E voltou pelo Oriente Médio?

– O Oriente Pequeno. O Médio era mais caro.

– E o Oriente Tamanho Família, então, nem pensar. Viu o Mar Morto?

– Já tinham enterrado.

– E o Rio Amarelo?

– Esse eu vi.

– E o Mar Vermelho?

– Vi.

– E a Gruta Azul?

– Também vi. Mas tudo em preto-e-branco.

– Cumpadre, por que nós tamo falando assim, feito caipira?

– Porque o dólar baixo faz a gente pensá que é rico, viajá, se sofisticá e descobrir o foie grá e depois o dólar sobe e a gente se dá conta do que é. Caipira mesmo.

– Chô égua, seu.

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