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CRÔNICA

 

Consumismo e solidariedade no Natal

por Joselma Noal - Escritora, professora universitária

O último mês do ano chega rapidamente e deste modo também se despede, ou melhor, nem se despede, sai à francesa. Gosto do ritual de montar a árvore de Natal, em companhia da minha filha, repetir os mesmos gestos do alcançar ou pendurar os enfeites como fazia com minha mãe, em tempos em que as bolinhas quebravam e o cuidado, portanto, deveria ser redobrado. Aprecio a mesa da ceia bem enfeitada, tento compor cores, adornos e organizar os pratos como fazia a minha avó, nos Natais que marcaram minha infância. Continuo adorando a figura do Papai Noel e apreciando os presépios. Só permaneço sem entender o consumismo abusivo.

Quando se é criança, imagina-se que basta pedir o presente, escrever a tal cartinha pro Papai Noel, que ele providenciará os pedidos. Hoje, até mesmo as crianças devem ser alertadas de que o bom velhinho têm muitos meninos para presentear e não conseguirá atender a todos os desejos. Não há tempo, nem duendes suficientes trabalhando para dar conta de uma lista imensa de cada criança.

Despertar a noção de solidariedade é fundamental na educação infantil. Os pais deveriam educar neste sentido. Abrir os armários, ao menos duas vezes ao ano, e verificar do que realmente se precisa e se faz uso deve ser um hábito da família, inclusive dos pequenos. Incentivar os meninos a identificar os brinquedos com os quais não brincam, e acostumar-se a doar a quem precisa. Muitas famílias estimulam o egoísmo, muitos pais materialistas educam seus filhos nesta cartilha e a sociedade se transforma num caos de desigualdade social.

O Natal talvez seja o melhor momento para educar em um sentido cristão. E ocorre justo o contrário! O apelo do comércio se intensifica, muitas propagandas direcionadas ao público infantil, principal foco para sensibilização à compra. E os pais, cujo desejo é alegrar seus filhotes, compram compulsivamente. A alegria poderia vir por meio de outros gestos, que não só o da compra. Não me interpretem mal, também gosto de presentear minha filha. Me refiro à compra excessiva, àquela criança que suspira por algo na vitrine e logo encontrará sobre sua cama o tal objeto. Esta geração de pais, da qual faço parte, embora tente questionar o meu papel, é permissiva em relação a tudo. A tal falta de limite ocorre também na lista de Natal.

Nada contra presentear, mas nada de exageros. E uma boa limpeza no armário, em qualquer faixa etária, faz muito bem. Ensinar um filho a ser solidário, a ler e a escolher uma carta dirigida ao Papai Noel nos Correios para fazer-se de bom velhinho é muito mais importante do que ensiná-lo a escrever a própria carta ao Papai Noel.

A fantasia de acreditar no velho barbudo é linda e não deve ser desfeita, mas nada impede que seu filho aprenda um pouco sobre solidariedade em dezembro e aplique durante todo o ano a lição aprendida. Selecionar os brinquedos para doação pode ser um bom começo!

(fonte Zero Hora)

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