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CRÔNICA

 

Formar o cidadão começa em casa

 

por Luiz Artur Ferraretto -  Jornalista e professor da Univ. de Caxias do Sul

 

          Quando uma professora é agredida de forma bárbara e sem remorso por uma aluna, como neste início de semana em Porto Alegre, é fundamental repensar como a sociedade brasileira vê o ensino, aquele das escolas, e a educação, fruto de todos. O relato de quem bate não justifica uma agressão que chega ao traumatismo craniano. Apenas expõe o tipo de relação estabelecida por parte dos jovens e do contexto em que vivem com o conhecimento. É um desprezo dos ignorantes, dos que não conseguem ver no saber e no esforço para obtê-lo, um caminho. É culpa deles apenas?

         A resposta passa por várias instâncias da sociedade.


         Uma é a familiar. Sem embasamento, com pais transferindo a educação dos filhos como cidadãos para as escolas, cabe ao professor estabelecer parâmetros. Quem dá aula, independentemente do nível, depara por vezes com pais que, a exemplo dos personagens de conhecida telenovela, veem do filho só as qualidades. O mundo externo àquele círculo dedica-se a persegui-lo. E eles, os pais, a defendê-lo. Criam uma realidade à parte, de fato, uma fantasia de realidade.


         Já em certas instituições de ensino, negócios mais do que ambientes didáticos, fala-se em produtividade do docente, o que significa aprovar de forma indiscriminada. É um pecado mortal dizer que o aluno está errado, tem dificuldades de aprendizado ou apresenta desinteresse. Neste último caso, ao professor cabe, qual showman, resolver o problema. Caso contrário, pode até perder o emprego. Constitui-se em lógica da qual não foge nem o poder público, com políticas educacionais prevendo um ensino sem repetência.


         E, então, especificamente as autoridades governamentais? Valorizam em campanhas publicitárias, não raro, as celebridades e esquecem as figuras históricas. Vivem, independentemente dos partidos no poder, das estatísticas com predomínio da quantidade sobre a qualidade. Raro é quando criam políticas de longo prazo. Frequente é quando o novo administrador público de plantão abandona a política educacional, de longo prazo e positiva, por não ser a do seu governo, mas a do outro, a do anterior, a do opositor.


          Quando uma professora é agredida e o agressor é seu aluno, sem remorso ou peso na consciência, cheio de certezas, vê-se que a ignorância, ao contrário do conhecimento, constitui-se em realidade infinita. E democrática. Atinge, neste momento, uma sociedade por inteiro. Não é a do Rio Grande do Sul apenas. É a brasileira, que, deste modo, se arrasta em seu subdesenvolvimento e, sem apostar em todas as instâncias sociais na educação e no ensino, arrisca-se a enfrentar os séculos assim.

 

Fonte: ZERO HORA

 

 

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