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CRÔNICA

 

O ensino da língua portuguesa

por Danilo Gandin - professor de Português

Outra vez, neste 20 de fevereiro de 2009, aparecem nos jornais dados sobre a (in)capacidade de leitura de nossos alunos na 4ª e na 8ª séries do ensino fundamental. Os resultados continuam muito ruins.

Não poderia ser diferente. Os professores – e não por culpa deles, mas pela pressão social da comunidade, pelo tipo de provas em concursos, pelo vestibular – tendem a “ensinar” alguns itens gramaticais esparsos e secos, dificultando tanto o aprender a ler até que ele se torne quase impossível.

Fui professor de Língua Portuguesa durante muitos anos e as aulas (algumas vezes até as minhas) eram de acentos gráficos, de crases, de escrita de palavras que não usamos no dia-a-dia, de plurais esdrúxulos, de conjugação de verbos peregrinos... Não havia tempo para ler e, sobretudo, não havia tempo para aprender a ler, até porque os professores não têm certeza que isto também se aprende.

Pergunte a uma professora de segunda série se ela já “passou” os encontros vocálicos ou os consonantais, como faz amiúde meu amigo e grande educador Celso Vasconcellos. Ela vai lhe dizer que sim ou, pelo menos, que isto está em seus planos. Em vez de ser admoestada por isto, ela é considerada professora séria, “que passa o conteúdo”. As crianças têm sete ou oito anos de idade!

Há um princípio oculto, isto é, seguido, mas não enunciado em todo o fazer concreto das escolas de ensino básico: bom professor é aquele que “passa” aos alunos alguma coisa sobre a qual eles não possam ter dúvida nem opinião. As matérias que mais se prestam para isto são as mais valorizadas: Matemática, Física, Química, Biologia; as outras são suportadas, tanto mais quanto se aproximarem deste modelo. Por algum prurido de “bondade” permite-se até que haja Sociologia e Filosofia, exigindo que elas também deixem de ser questionadoras, de estar sujeitas a interpretações divergentes...

Diante disto, os professores de Português também têm direito de “salvar sua pele”. Passam a “ensinar” alguns tópicos do esqueleto da língua e se tornam, assim, capazes de dominar os alunos, de reprová-los e de ganhar status de professores sérios. Não terão tempo de ajudar os alunos a ler e a escrever porque, se o fizerem, todos dirão que eles estão perdendo tempo. O castigo vem logo: os “ensinamentos” gramaticais não surtem nenhum efeito.

fonte: ZERO HORA

 


 

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