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CRÔNICA

 

Os desafios da Biblioteca na nova escola

O mundo hoje é o da velocidade de informação, no qual os mais jovens já nascem com um “DNA”, a cada dia, mais informatizado.  Hoje, se os pais ficarem esperando, seus filhos já saem das fraldas com um conhecimento tecnológico muito mais avançado que o deles mesmos. E é a partir dessa corrida a um mundo do “www” que a escola precisa começar a se guiar.

Se antes tínhamos um jovem que ia à escola em busca de conhecimentos e muitos com sede de novos saberes, hoje o jovem já vai à escola com uma bagagem de informações. É preciso se voltar, então ao nosso aluno de hoje com um olhar diferenciado. A escola precisa se adequar a este novíssimo mundo globalizado e se alinhar as modernas oportunidades que os avanços tecnológicos propiciam.

Com isto o professor necessita repensar o seu papel. Alguns questionamentos norteiam esta análise: Necessita o aluno de um mestre, com o qual o conhecimento dorme soberano, e que irá oferecê-lo ao aluno a partir da sua experiência de mundo; ou o novo aluno está em busca de um orientador, que o veja com possibilidades e que propicie a adequada organização da teia de conhecimentos que este trás consigo?

São visíveis as mudanças que a escola de hoje está sofrendo, e seu  papel como regente da educação e guardiã do conhecimento. Está nova escola precisa ser encarada como uma parceira e organizadora de saberes. Em uma sala de aula é preciso buscar a organização de todo o emaranhado de informações que o aluno encontra no seu mundo, vindo este do mundo virtual ou da tela de uma televisão.

Neste novo ambiente escolar encontramos a velha biblioteca com novos desafios. O que este espaço deve oferecer a um aluno que dispõe de internet em casa e na qual pode navegar por um mundo de conhecimento ilimitado? Ainda há interesse por antigos livros empoeirados, em um mundo que basta um clique para se ler muitas vezes o novo Best Sellers? O que propicia este ambiente para atrair novos ”clientes” aos seus domínios?

Comecemos nossa análise por esse novo princípio. A biblioteca necessita se engajar a esta corrida de mercado e tratar o aluno como seu cliente. E todo o cliente precisa ser conquistado. E o que atrai nosso cliente? O espaço onde está a biblioteca não pode mais ser relegado a uma sala qualquer. Visto que as nossas bibliotecas hoje estão, muitas vezes, espremidas em cubículos, onde os livros não são disponibilizados para a leitura, mas amontoados de forma desordenada penso que esse espaço agora necessita de novos cuidados. É preciso que seja um ambiente espaçoso, que ofereça conforto, além de ser atrativo em suas dependências.  Uma simples pintura de suas paredes muito pode revelar o caráter informativo de seus propósitos.

E o profissional que irá atuar como bibliotecário não mais pode ser aquele professor dispensado da sala de aula. Este profissional tem que ter domínio na função, ser carismático e capaz de conquistar o aluno, ou seja, seu cliente. Essa pessoa também precisa ter como requisito básico o gosto pela leitura, pois só quem é amante dos livros pode conquistar novos adeptos.

Como dito, o ambiente precisa ser atrativo. E para isso é necessário que os livros estejam disponibilizados de maneira organizada, limpa e que chame a atenção visual do aluno.

Depois de enfocado as mudanças físicas do espaço que a sala da biblioteca necessita, pensemos em suas funções na nossa nova escola. Vindo do latim, o termo representa: “lugar na qual se dispõe de livros ordenadamente para consulta pública ou privada”. Talvez este significado esteja suplantado e precisemos dar nova significação ao termo. E aqui exponho minha idéia de que a biblioteca deve passar a ser um lugar de convívio intelectual, para consulta, pesquisa, lazer, partilhamento de idéias e atividades culturais.

Explicando-me. Já que o jovem tem acesso a informações em excesso, em todos os meios por onde circula, é preciso atraí-lo ao ambiente de uma biblioteca a partir de atividades que despertem sua atenção. É preciso acordar sua curiosidade, tornando o ambiente espaço onde o jovem vai encontrar o gosto pela cultura sem perder sua rebeldia, própria da idade. Estas atividades devem ser pensadas por professores, pelo bibliotecário ou por outros alunos. E pode ser desde uma conversa sobre um determinado tema, livro ou autor; um recital poético, uma apresentação teatral ou outra atividade que desperte os sentimentos acima citados.

Deste modo é certo que há lugar para a biblioteca no mundo escolar de hoje, desde que esta seja moderna e evolua na mesma intensidade que os seus clientes. Estes leitores já formados, os quais já pegaram o gosto pela leitura e muitas vezes leitor ainda em formação.

Quanto ao produto que a biblioteca deve oferecer ao consumidor, creio que seja outra discussão, mas arrisco a dizer que é necessário diversificar tanto quanto ao gênero literário, formato, quanto à qualidade de seus produtos. Muitas vezes um leitor em busca de um “Paulo Coelho” pode despertar para um “Vitor Hugo”. Um leitor de quadrinhos poderá se envolver com um “Júlio Verne”. O que os leitores estão lendo, como já comentado, pode ser ditado pelo que o está sendo propiciado em sala de aula, ou na televisão e muitas vezes sair da rodinha de amigos da esquina. O que não se pode é perder este leitor, seja de um “Harry Poter” ou um fã de Crepúsculo.

 

Acadêmico: Leandro Terres Martins

Professora: Suzete Santin

Disciplina: Literatura Infanto-juvenil

 

 

 

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